segunda-feira, setembro 24, 2012

Paz: uma utopia necessária


Como se construir uma sociedade de paz?

Paz é igual a andar de bicicleta. Se parar de pedalar, cai. O que parece, hoje, é que a sociedade parou de pedalar. E isso é ruim. Aliás, muito ruim. Não dá mais para ser previsível e realmente acreditar no bem-estar e na segurança. Esses dois quesitos indispensáveis para a harmonia com a vida parecem estar cada vez mais escassos. A constante busca pela felicidade e consequentemente pela paz, no entanto, é um processo contínuo e dinâmico e percebe-se que querem mais e mais.
Vive-se em prol do bem-estar. Cansamos de vê nas TVs ou em sites jornalísticos notícias a respeito da banalização da vida. Mata-se por tão pouco - como se vida tivesse preço. Saímos de casa todos os dias seja para trabalhar, seja para estudar apreensivos com o fato de voltarmos ou não bem. E no maior dos absurdos não se precisa nem sair de casa para toda essa apreensão tomar conta de todos. Se antes se podiam manter janelas e portas abertas a ponto de dá-se um belo "bom dia" aos vizinhos, hoje, viver assim já não é mais possível. Recentemente, um casamento recém-desfeito teve um fim trágico em São Paulo, o ex-marido preferiu pagar 2500,00 a um “cidadão” para tirar a vida de sua ex-mulher a pagar uma dívida de 3500,00 (motivo alegado por ele). Precisa-se sim, infelizmente, trancar, pôr cadeado e alarmes. Só com essas medidas de obtenção de "paz" é que se tem a tão idolatrada liberdade enjaulada.
Vive-se também em prol da felicidade. Estudar, se dar bem na vida, se realizar profissionalmente, encontrar um grande amor, montar uma família, entre outros, parecem mandamentos lindos a fim de construir uma trajetória de uma vida feliz. Solidariedade, cidadania e disseminar alegria parecem ser também bons itens adicionáveis a essa trajetória. Perceber o quanto um está ligado ao outro pode ser um bom começo para que prevaleça não só os anseios particulares, mas também os de vertente social e coletivo. Ser feliz por si só, então não basta. Não basta esbanjar sorrisos vendo o “semelhante” do outro lado da rua necessitando de um prato de comida ou de um simples cobertor. Paz também é isto: dormir sem peso na consciência. Cada um fazendo a sua parte – por mais clichê que seja- é necessário. Tão necessário quanto raro.
Partir do simples ao complexo é o caminho mais racional. É com simples ações como - dá um bom dia a um desconhecido, treinar as “palavrinhas mágicas”, ajudar um idoso a atravessar a rua, ceder o lugar do ônibus a uma grávida, respeitar as leis de trânsito, tentar guardar o papelzinho de bala no bolso até encontrar um lixeiro, entre outras mais- que se fará uma sociedade mais de bem com a vida. Então, faz-se o uso de que a esperança não morre e de que o combustível para a tal bicicleta aqui é além da força de pedalar, a vontade de ser diferente e poder dá uma ajudinha nessa perpétua missão.


   

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