Como se construir uma sociedade de paz?
Paz é igual a andar de bicicleta. Se
parar de pedalar, cai. O que parece, hoje, é que a sociedade parou de pedalar.
E isso é ruim. Aliás, muito ruim. Não dá mais para ser previsível e realmente
acreditar no bem-estar e na segurança. Esses dois quesitos indispensáveis para
a harmonia com a vida parecem estar cada vez mais escassos. A constante busca
pela felicidade e consequentemente pela paz, no entanto, é um processo contínuo
e dinâmico e percebe-se que querem mais e mais.
Vive-se em prol do bem-estar. Cansamos de
vê nas TVs ou em sites jornalísticos notícias a respeito da banalização da
vida. Mata-se por tão pouco - como se vida tivesse preço. Saímos de casa todos
os dias seja para trabalhar, seja para estudar apreensivos com o fato de
voltarmos ou não bem. E no maior dos absurdos não se precisa nem sair de casa
para toda essa apreensão tomar conta de todos. Se antes se podiam manter
janelas e portas abertas a ponto de dá-se um belo "bom dia" aos
vizinhos, hoje, viver assim já não é mais possível. Recentemente, um casamento
recém-desfeito teve um fim trágico em São Paulo, o ex-marido preferiu pagar
2500,00 a um “cidadão” para tirar a vida de sua ex-mulher a pagar uma dívida de
3500,00 (motivo alegado por ele). Precisa-se sim, infelizmente, trancar, pôr
cadeado e alarmes. Só com essas medidas de obtenção de "paz" é que se
tem a tão idolatrada liberdade enjaulada.
Vive-se também em prol da felicidade. Estudar,
se dar bem na vida, se realizar profissionalmente, encontrar um grande amor,
montar uma família, entre outros, parecem mandamentos lindos a fim de construir
uma trajetória de uma vida feliz. Solidariedade, cidadania e disseminar alegria
parecem ser também bons itens adicionáveis a essa trajetória. Perceber o quanto
um está ligado ao outro pode ser um bom começo para que prevaleça não só os
anseios particulares, mas também os de vertente social e coletivo. Ser feliz
por si só, então não basta. Não basta esbanjar sorrisos vendo o “semelhante” do
outro lado da rua necessitando de um prato de comida ou de um simples cobertor.
Paz também é isto: dormir sem peso na consciência. Cada um fazendo a sua parte
– por mais clichê que seja- é necessário. Tão necessário quanto raro.
Partir do simples ao complexo é o caminho
mais racional. É com simples ações como - dá um bom dia a um desconhecido,
treinar as “palavrinhas mágicas”, ajudar um idoso a atravessar a rua, ceder o
lugar do ônibus a uma grávida, respeitar as leis de trânsito, tentar guardar o
papelzinho de bala no bolso até encontrar um lixeiro, entre outras mais- que se
fará uma sociedade mais de bem com a vida. Então, faz-se o uso de que a
esperança não morre e de que o combustível para a tal bicicleta aqui é além da
força de pedalar, a vontade de ser diferente e poder dá uma ajudinha nessa
perpétua missão.
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