Dois
alunos. O primeiro recebe nota nove. O segundo recebe nota três. Tira-se a
média e divulga-se que o padrão da sala de aula é seis. Uma média aparentemente
razoável, mas quando analisada cautelosamente não expõe o verdadeiro estado da
turma. Assim são os dados- traiçoeiros e camufladores. Tanto aqui quanto ali
ainda cabe a exibição a respeito dos números da fome e da miséria brasileira. Estatísticas,
no entanto, convergem ou divergem do mundo fora dos gráficos?
Meta
para brasileiro vê. Talvez, o nosso país atinja o mesmo objetivo de combater a
fome até 2015. Estamos, porém, em 2012 e três anos não fazem milagres! Além disso,
neste ritmo lento de nossas providências, materializar essa expectativa se
distancia mais todos os dias. Ninguém precisa, hoje, ir até uma favela, por
exemplo, para constatar o quão ainda convivemos com realidades impensáveis.
Enquanto um dos “Brasis” desfruta de cama quentinha, lençóis e três refeições
ao dia, o outro mantém esses artigos não como de luxo e sim como de sonho. Difícil
de acreditar que o mesmo país avançador em tantos aspectos- tortura, morte e
censura- tenha empacado quando se pensa em condições básicas de se viver. Que melhorou
todos nós já sabemos. O inaceitável, porém, é o Brasil deste ano, oferecedor de
ajuda ao FMI (Fundo Monetário Internacional), ainda não ter armas suficientes a
fim de erradicar a fome nem a miséria daqui.
Dados vendem um Brasil meio distorcido. Somos sim-
infelizmente!- uma nação onde muito se concentra nas mãos de poucos. E quem
alegou sermos os mais preocupados com o desperdício de alimentos? Os números? Não
é isso que denunciam as reportagens feitas sobre merendas escolares sem o
devido cuidado no preparo ou nas toneladas de produtos fora da validade nos
armários dessas escolas... Afirmar o não desperdício é fácil. Difícil mesmo é
assumir o quanto de comida jogamos no lixo diariamente, comida essa que poderia
estar na mesa dos que não esbanjam esses bens necessários. Urge, então, agirmos
com bom-senso. O desperdício de uns pode ser, para outros, a única refeição do
dia. Não queremos vê o lixo vasculhado...
Longe
do âmbito gráfico a realidade diverge- e muito. Expõem uma “verdade” calculada
pelos números sem verificar, de fato, o que acontece na esquina. Tanto a fome
como a miséria só vão estar escassos quando incialmente, nós, brasileiros, nos
preocuparmos mais com os nossos vizinhos (por mais aparência de clichê!). Dados
são sim traiçoeiros e camufladores, pois somente quando um aluno tirar sete e o
outro cinco, será possível afirmar uma média, realmente, seis.
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