domingo, março 04, 2012

E aí?


Os desastres naturais, perdas materiais e humanas: a responsabilidade do Poder Público e do Cidadão.
            O mesmo Brasil que no século XVI esteve tão bem retratado nas cartas de Caminha, hoje, em pleno XXI, na era da tecnologia, vive tempos de perdas quando se trata de desastres naturais. Se naquela época parecia indestrutível e poderosa, atualmente a nossa nação demonstra-se bem frágil. De quem é a culpa, a responsabilidade?
            De um lado, o poder público deixa a desejar. Os eventos que causam tanta destruição já entraram na rotina brasileira há um bom tempo. É quase previsível quando e onde as enchentes (por exemplo) causarão mais estragos, e mesmo assim continuamos assistindo impotentes a todo esse cenário. Não prevenir é mais uma ferramenta para esconder o verdadeiro problema. E se programas de Casa Própria servirem como desculpa adverte-se: Consegui-la para logo mais vê-la sendo levada pelas fortes chuvas não parece um bom negócio.
            Do outro, o cidadão tem a sua parcela de descompromisso. Um dos maiores problemas urbanos é o lixo jogado em locais não apropriados. Bueiro entupido é um convite irrecusável para as enchentes. Além disso, é direito e dever da sociedade cobrar providências de poder público. Quando não há mobilização social que exige mudanças e comprometimento, passa-se a impressão de que está tudo maravilhoso, afinal quem cala consente.
            Como pode este dilema: Tecnologia e despreparo andarem tão próximos? Cabe ao poder público não esperar o estrago ser feito para oferecer socorro emergencial e depois esquecê-lo novamente, mas cabe também à sociedade exigir mudanças e fazer sua parte, pois “Ninguém é uma ilha”. Sociedade e poder público devem estar em harmonia a fim de cuidar desse Brasil tão frágil!